segunda-feira, novembro 19, 2012

MUDADA A PEC DAS DOMÉSTICAS?




Olá meu Povão Lindo de Pajuçara, boa segunda feira para vocês.

Nosso assunto para reflexão hoje vem do Jornal Diário do Nordeste e trata da ampliação dos direitos dos chamados empregados domésticos.

Segundo o artigo as relações de trabalho podem mudar com PEC, pois a proposta aprovada no início deste mês aumenta os direitos das domésticas em 16 novos benefícios.

Vejamos os detalhes.

Brasília. Aprovada no início deste mês pela Comissão Especial sobre Igualdade de Direitos Trabalhistas da Câmara dos Deputados, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 478/10 poderá mudar as relações de trabalho de aproximadamente 6,6 milhões de brasileiros. Apelidada de PEC das Domésticas, a proposta amplia os direitos dos empregados domésticos, igualando-os aos dos demais trabalhadores urbanos do país. O texto revoga o parágrafo único do Artigo 7º da Constituição Federal, que trata especificamente dos domésticos e lhes garante apenas alguns dos direitos a que tem acesso o conjunto dos trabalhadores.

A PEC prevê 16 novos benefícios à categoria, incluindo a definição da carga horária semanal de 44 horas, o pagamento de hora extra e de adicional noturno para atividades entre as 22h e as 5h. A proposta também torna obrigatório o recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) que, de acordo com o advogado trabalhista Sérgio Batalha, representa o principal impacto da medida, caso seja aprovada e promulgada.

O objetivo da proposta é igualar, em termos de direitos, o trabalho doméstico às demais atividades regidas pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).
A ampliação dos direitos dos empregados domésticos, prevista na Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 478/10, não vai causar um movimento de demissão em massa, segundo a avaliação da presidenta da Federação Nacional das Trabalhadoras Domésticas (Fenatrad), Creuza Oliveira. Para ela, as mudanças previstas no texto, que tramita no Congresso Nacional, reparam uma "injustiça histórica" contra a "única categoria que não conquistou todos os direitos trabalhistas no país".

"A nossa categoria não tem esta preocupação (de uma possível onda demissão em massa), até porque a principal mudança será um aumento pequeno, de 8% nos gastos dos patrões, com o recolhimento do FGTS. Os empregados domésticos têm que ter seus direitos como qualquer trabalhador e, quem não puder pagar pelos serviços, que não tenha o profissional", enfatizou.

Para ela, se as famílias compararem o impacto do recolhimento do FGTS no orçamento às despesas extras que terão caso dispensem as empregadas domésticas, concluirão que vale a pena manter as profissionais.

Creuza Oliveira reconhece que já existe no país a tendência de empregadores fugirem da formalização, optando pela contratação de diaristas. Ela alerta que esse tipo de contrato não é bom para as profissionais, mesmo que consigam rendimentos superiores, por conta da falta de carteira assinada.

Profissional deve ter mais valor

A configuração do trabalho doméstico no Brasil indica que ainda há "muito terreno" para um aumento da valorização dos profissionais que atuam na área, sem que se corra o risco de tornar a atividade restrita às camadas mais ricas da sociedade, nos moldes do que ocorre nos Estados Unidos e em países do continente europeu. A avaliação é da diretora da Organização Internacional do Trabalho (OIT) no Brasil, Laís Abramo.

Para ela, o pagamento do trabalho doméstico no Brasil é muito inferior ao valor que ele tem para a sociedade. Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2011, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia (IBGE), mostram que o salário médio dos trabalhadores domésticos no Brasil é R$ 507, incluindo os profissionais formalizados, que têm carteira assinada, e os que são informais. Entre as regiões pesquisadas, a média mais elevada foi encontrada no Sudeste (R$ 587) e a mais baixa, no Nordeste (R$ 336).

"Em média, as trabalhadoras domésticas no Brasil recebem menos de um salário mínimo, o que revela uma disparidade salarial muito grande. Acho que ainda se tem aqui muito terreno para que isso avance. É preciso pensar o trabalho doméstico como muito importante, que é a ponta da cadeia de cuidado, e precisa ser valorizado", disse, ao comentar os efeitos da PEC 478/10, em tramitação na Câmara dos Deputados, que amplia os direitos dos empregados domésticos, incluindo obrigatoriedade de recolhimento do FGTS.
Brasil não segue tendência

Tatau Gomes, secretária nacional de Autonomia Econômica das Mulheres, da Secretaria de Políticas para as Mulheres, não acredita que esta seja uma tendência no Brasil, que, conforme aponta, tem um perfil diferente desses países. A entrada e a consolidação das mulheres brasileiras no mercado de trabalho são fatores importantes para que elas continuem precisando de ajuda profissional nos afazeres domésticos.

"No Brasil, as mulheres estão entrando mais rápido no mercado de trabalho, por exemplo, do que em alguns países europeus. Em todas as pesquisas, percebemos que elas querem trabalhar, ter renda própria e fazer outras coisas fora de casa, além do trabalho e, portanto, vão buscar alternativas que possam facilitar o compartilhamento (das atividades)", avaliou.

É muito importante que a classe em questão saiba dos seus direitos para que possa reivindicar melhores condições de trabalho.

Um abraço para todos e até amanhã.


Pajuçara em Foco

Por

Iris de Queiroz

Projetos Sociais

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